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Inovação e Conhecimento: A Primeira Visita Técnica ao Texas da Universidade da Pecuária

Notícias - 18/06/2024

Uma jornada de imersão na pecuária de confinamento americana revela práticas inovadoras e abre novas perspectivas para o agronegócio brasileiro.

Entre os dias 11 e 21 de maio, um grupo de 32 profissionais ligados à Universidade da Pecuária embarcou para uma visita técnica ao Texas, nos Estados Unidos, com o objetivo de aprofundar conhecimentos sobre a gestão de confinamento de gado de corte. A viagem, que contou com uma programação intensa e diversificada, proporcionou aos participantes uma visão ampla das operações de confinamento e das estratégias de manejo adotadas pelos pecuaristas americanos.
A Universidade da Pecuária, pioneira no Brasil ao oferecer um curso de pós-graduação focado em Gestão em Confinamento, busca formar profissionais qualificados para gerenciar com eficiência as operações de confinamento, com um olhar atento para toda a cadeia produtiva da carne.
Durante a viagem, os participantes visitaram importantes associações e confinamentos, como a TCFA - Associação de Confinadores do Texas e o confinamento MC6, onde puderam observar de perto as práticas e tecnologias empregadas. A programação incluiu também visitas a lojas especializadas, como a NRS – National Roper’s Supply, e refeições em locais emblemáticos, como o The Big Texan Steak Ranch, proporcionando uma experiência cultural rica e autêntica.
O presidente Oswaldo Furlan Júnior destacou a importância da viagem, afirmando que foi uma experiência transformadora, que permitiu não apenas a aquisição de novos conhecimentos, mas também a identificação de desafios comuns enfrentados pelos confinadores tanto no Brasil quanto nos EUA.
Luis Otávio Carpa, um dos participantes, ressaltou a eficiência da Associação dos Confinadores do Texas, que representa seus associados perante órgãos governamentais e investidores, e a simplicidade funcional das estruturas de confinamento visitadas. Ele também observou a utilização de tecnologias avançadas, como milho floculado na alimentação do gado e sistemas de pesagem integrados, que contribuem para a padronização e o desempenho excepcional dos lotes.
A visita técnica revelou ainda as diferenças entre a pecuária de confinamento americana e brasileira, com destaque para o ciclo produtivo e as estratégias de manejo adotadas nos EUA. Os participantes notaram a pressão por bezerros de qualidade e a busca por alternativas diante da escassez de animais, como a importação de gado do México e cruzamentos com gado de origem leiteira.

50% Jersey 50% Charolês - Foto: Wolney Júnior


João Augusto Morelli, outro integrante do grupo, ficou impressionado com a capacidade de produção por área dos confinamentos americanos e a eficiência das operações, mesmo diante da falta de mão de obra, um desafio comum também no Brasil.
Já Wolney Júnior, que participou da viagem também, compartilhou suas impressões que complementam a visão geral da viagem. Ele destacou a expressividade e o papel regulatório da Associação dos Confinadores do Texas, que representa cerca de 50% do gado confinado nos Estados Unidos. A associação desempenha um papel crucial na adaptação às constantes mudanças nas leis ambientais, garantindo que seus associados estejam sempre em conformidade.

Sensor que faz a separação do rebanho em lotes homogêneos ( Foto: Wolney Júnior)


Wolney Júnior também observou inovações tecnológicas significativas nos confinamentos visitados. Um dispositivo acoplado ao teto dos currais captura imagens dos animais e as envia para um software que auxilia na segregação dos lotes, promovendo a homogeneidade e eficiência no manejo do gado.
Outra inovação mencionada foi o uso de colares com sensores em vacas, operando com uma cerca virtual que delimita as áreas de pastoreio, uma prática inédita para ele até então.

Colar com dispositivo que trabalha como cerca virtual ( Foto: Wolney Júnior)


Ele ressaltou os desafios enfrentados pela pecuária de confinamento americana, como a dificuldade de ajuste de preços, custos elevados, escassez de mão de obra e margens de lucro reduzidas. A qualidade do gado também é uma preocupação, com a necessidade de buscar alternativas como o gado cruzado vindo do México e experimentos com cruzamentos inovadores, como o de vacas jerseys com charolês, para superar a escassez de bezerros de qualidade.
Essas considerações de Wolney Júnior reforçam a importância da viagem técnica como uma oportunidade de aprendizado e troca de experiências, trazendo novas perspectivas para o agronegócio brasileiro e destacando a necessidade de inovação e adaptação frente aos desafios globais do setor.
A viagem técnica ao Texas se mostrou uma oportunidade valiosa de aprendizado e troca de experiências, evidenciando a necessidade de profissionalização e aprimoramento das associações de classe no Brasil. As lições aprendidas e as inovações observadas abriram novas perspectivas para o agronegócio brasileiro, apontando caminhos para a evolução do setor e a conquista de novos mercados internacionais.

Por Agência Agrovenki

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