Associação GPB luta por melhores preços para os pecuaristas

A entidade, que surgiu há nove anos atrás para defender os interesses dos pecuaristas da região de Bauru, está mobilizando os produtores rurais para não venderem o boi gordo por menos de R$ 250,00 a arroba, em protesto contra o monopólio dos frigoríficos

A Associação GPB (Grupo de Pecuária Brasil) nasceu em 2014, quando um grupo de produtores rurais da região de Bauru se uniu para enfrentar os atrasos de pagamentos de um frigorífico da região. Desde então, a associação vem crescendo e se tornando uma referência nacional na defesa dos interesses dos pecuaristas.

Um dos principais desafios enfrentados pelos produtores rurais é a oscilação do preço do boi gordo, que depende da oferta e da demanda do mercado. Há um mês atrás, a arroba do boi estava cotada a R$ 190,00, um valor considerado muito baixo pelos pecuaristas, que têm custos elevados com insumos, nutrição, medicamentos e manejo dos animais.

Para reverter essa situação, a Associação GPB iniciou mais uma campanha entre os pecuaristas para que não vendessem o boi gordo por menos de R$ 200,00 a arroba, buscando valorizar o seu produto e pressionar os frigoríficos a pagarem um preço justo. A campanha teve adesão de muitos produtores rurais e surtiu efeito: na semana passada, o preço da arroba do boi subiu para R$ 220,00.

No entanto, os pecuaristas ainda consideram esse valor insuficiente para cobrir os seus custos e garantir uma margem de lucro satisfatória. Por isso, a Associação GPB lançou uma nova campanha: menos de R$ 250,00 não vender. A ideia é manter a união e a comunicação entre os produtores rurais para que todos consigam bons preços pelo seu produto.

A mobilização é também uma forma de combater o monopólio PREDATÓRIO dos frigoríficos, que têm grande poder de negociação e influência sobre o mercado. Segundo Daniel Luizari, produtor rural e diretor do GPB, os frigoríficos querem pagar menos pelo boi gordo para aumentar os seus lucros às custas dos pecuaristas.

Luizari conta que comprou o gado a R$ 400,00 a arroba há um ano atrás e que se vendesse a R$ 190,00 teria um prejuízo enorme. Ele diz que investiu muito em insumos, nutrição, medicamentos e manejo dos animais e que não pode aceitar um preço tão baixo pelo seu produto, sendo que nesta época no ano passado , a rroba estava batendo os R$350,00. Ele diz que muitos produtores rurais que dependem de financiamento bancário não conseguem cumprir os seus compromissos e acabam saindo do mercado.

Por isso, o GPB defende que os pecuaristas se valorizem e lutem pelos seus direitos e que comuniquem os valores pagos pela sua arroba. A Associação GPB está à disposição dos produtores rurais para orientá-los e apoiá-los nessa luta. Ele convida todos os pecuaristas a se juntarem à associação e à campanha menos de R$ 250,00 não vender. Ele acredita que só assim os pecuaristas poderão garantir um preço justo pelo seu produto e uma renda digna pelo seu trabalho.

Por Agência Agrovenki